Por: Juliana Pizzocolo*
Após as festas de fim de ano, é quase unânime o sentimento de um “peso extra”. O que seria uma festa, repleta de comidas deliciosas e momentos com a família, muitas vezes vira o estopim para os exageros alimentares. Aquele prato farto da ceia, seguido de sobremesas e petiscos até tarde da noite, transformam-se em maratona gastronômica difícil de ser superada. Sem contar a sensação de cansaço e a leve preguiça que fica no corpo, depois de tantas calorias. A desculpa de que “é só uma vez por ano” já não basta para a consciência, e o que começa como um pequeno deslize, muitas vezes acaba tomando proporções maiores do que imaginamos.
E assim, como um ciclo, surge a eterna promessa de “ano novo, vida nova”. Mal a primeira semana do ano começa e já surgem as resoluções: dietas, treinos, novos hábitos mais saudáveis. O calendário muda, e com ele as intenções de cuidar melhor da saúde e emagrecer aparecem, como se o relógio devesse redefinir nosso comportamento.
Mas é claro que não é tão simples. As tentações ainda estão por aí, e o corpo, acostumado com os excessos, pede um pouco mais de descanso. As dietas radicais surgem em nossa mente como solução milagrosa, mas o que realmente precisamos é de tempo, paciência e equilíbrio.
O início de ano traz, com ele, um alívio psicológico, uma sensação de recomeço. No entanto, o segredo não está apenas em prometer que seremos mais disciplinados, mas, sim, em aceitar que as mudanças podem ser graduais. O importante é começar aos poucos, se permitir um passo de cada vez. Afinal, é preciso cuidar de corpo e mente sem cair na armadilha das expectativas irreais. O que realmente importa é manter a motivação, mas com equilíbrio e sem pressões excessivas.
*Juliana Pizzocolo (CRN 3 23055) é formada em Nutrição pelo Centro Universitário São Camilo (São Paulo) e Mestado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Nutricionista Funcional, Mestre em Ciências, Pesquisadora e diretora do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional (IBNF).
