Saúde e Bem-Estar

Gestão do envelhecimento

Por: Maria Paula Dias de Freitas*

O envelhecimento é um processo natural e ocorre em ritmos diferentes para cada pessoa. Com o passar dos anos, o organismo sofre alterações, perdas fisiológicas, comum a todos nós, refletindo em nossa funcionalidade.

O foco no envelhecimento saudável é importante. A busca pela saúde, prevenção de doenças, manutenção das aptidões, otimização das habilidades funcionais, independência, qualidade de vida e bem-estar do indivíduo fazem parte da proposta. Daí a necessidade de se desmistificar essa fase da vida, deixando claro que envelhecer não significa adoecer. O desfecho é natural e previsível, mas é possível adotar manejos adequados para prevenir agravos, manter funcionalidade, autonomia e, novamente, a tão almejada independência.

Envelhecer, para algumas pessoas, é o ápice da sabedoria e experiência, já para outras, é sinônimo de vulnerabilidade. Mas podemos mudar isso hoje, para que o amanhã possa ser diferente.

O aumento da capacidade funcional, através do fortalecimento dos músculos, prevenir perda de massa muscular, melhora do equilíbrio, coordenação motora, resistência cardiorrespiratória, trabalho voltado a condições crônicas associadas, alimentação saudável, boa higiene do sono, exercitar o cognitivo, saúde mental, todas medidas preventivas e voltadas para a manutenção do processo. No envelhecimento ativo, é fundamental empoderar a pessoa quanto ao processo do cuidado, a importância de não recorrer a ele apenas quando estiver com algum sintoma e sim como prática preventiva. 

Poupança funcional

É necessário pensarmos em uma poupança funcional, a partir da rotina de práticas e hábitos saudáveis e favoráveis à nossa saúde. Atividade física regular, supervisionada, segura e bem indicada para cada pessoa, prática de exercícios de fortalecimento são de grande relevância. Cuidados com a saúde da mente, que se traduzem em um dos pilares mais relevantes para se manter ativo quanto às suas habilidades pessoais e desafios da vida. Necessário o controle do estresse e também preservar laços afetivos saudáveis (familiares e sociais), manter vínculos, vida dinâmica e evitar o isolamento. E, ainda, alimentação saudável e balanceada. Consultar profissionais qualificados para melhor suprir necessidades individualizadas, que possam nortear e acompanhar o processo, objetivando um melhor desfecho.

Cenário populacional

Fato é que a população idosa no País vem aumentando. Note-se que o envelhecimento é um fenômeno mundial e estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que em 2030, o número de pessoas idosas será maior ao de crianças e adolescentes.

A vida tem seu compasso, traduzir o envelhecimento é complexo. O entendimento é relativo, mas, de acordo com as situações presenciadas no meu cotidiano, profissional e pessoal, observo as diferenças interpessoais. Mas, à medida que convivo com as pessoas, compreendo que mesmo nos diversos cenários, temos muitas necessidades comuns, de cuidado, de querer ser entendido e de melhor compreensão das dificuldades que antes não eram evidentes. Deixo a reflexão: quem cuida tem que se cuidar, o jovem irá envelhecer. Trata-se de refletir sobre o futuro nas demais fases da vida.

 * Maria Paula Dias de Freitas é fisioterapeuta, com formação no Método Pilates, pós-graduada em Terapia Intensiva, formada e pós-graduada em Acupuntura. Trabalha com atendimento domiciliar, voltado aos cuidados com a saúde do idoso, na reabilitação ortopédica e cardiorrespiratória. Atua na saúde pública do município de Ilhabela-SP. E o mais importante, é neta da Dona Irene (93 anos) e da Dona Branca (89 anos), que tornam seu aprendizado frequente e suas reflexões ainda mais minuciosas.