Personagem

O engenheiro que virou chef, empresário, enólogo…

Foram 40 anos dedicados à profissão. Formado em Engenharia Mecânica, com pós-graduação em Administração de Empresas e MBA em Gestão de Empreendimentos e Contratos, Antonio de Lazaro Marciano Hirata (mais conhecido por Toninho) chegou à conclusão de que estava na hora de ‘trocar o chip’.  

“Aposentado, e hoje CEO da A. Hirata Engenharia e Montagens Industriais Ltda, decidi me dedicar mais aos prazeres da vida. Tendo uma genética ítalo-japonesa e a mãe que cozinhava muito bem, fui fazer curso de chef e aprimorar meus conhecimentos culinários”.

Passou a preparar pratos por hobby nos finais de semana para a família. E o que mais gosta de elaborar são aqueles da culinária italiana e francesa, principalmente massas, risotos, carnes, aves e frutos do mar. “Aprecio comer bem. Nada melhor do que receber elogios dos que degustam e repetem”.

Sabor familiar da infância

Conforme explica, os pratos clássicos são preparados seguindo as receitas, já nos criados por ele, o que vale mesmo é a intuição, acrescida por temperos marcantes.

Além de herdar o dom da sua mãe, guardou na memória receitas servidas no bar do seu pai. “Ao preparar empadinhas, pastel, bolinho de ovo com carne moída e farinha de milho e leitoa à pururuca frita, os cheiros e os sabores me fazem lembrar da minha infância, sempre ao lado da minha mãe, enquanto ela cozinhava”.

Deixar de trabalhar como engenheiro também proporcionou a realização de um sonho: aprender a tocar saxofone. “Dedico muitas horas do dia ao aprendizado, em minha casa, onde construí uma marcenaria artística, outro desejo concretizado”.

Gosto pelo vinho, desde criança

Toninho afirma que o gosto pelo vinho veio quando ainda era criança e tomava misturado com água e açúcar. Em 2017, quando participava de um grupo de corrida em São Paulo, junto com o amigo Luiz, soube que ele teve prejuízo com a tentativa frustrada de plantio de 1000 pés de uva Syrah, em sua chácara, em Itupeva (SP).

“Eu, como de costume, muito crítico e querendo animá-lo, questionei se havia contratado algum agrônomo e também um enólogo. A resposta foi negativa, meu amigo havia feito um curso de vinificação na Califórnia (EUA), onde morou. Com meus comentários sempre racionais, disse a ele que estava tudo errado. A uva era francesa e o “terroir” de Itupeva não era o mesmo da França”.

O happy end da história foi se tornarem sócios, após Toninho indagar mais uma vez, agora sobre os 1000 pés que, segundo ele, dariam em torno de 1000 garrafas/ano, quantidade que iriam beber e não ganhariam dinheiro.

“Após analisar o plano de negócio do meu amigo, concluí que, para começar, teríamos de comprar terra para plantação de pelo menos 15 mil pés. Assim fizemos. Criamos a Bramasole e eu, quem diria, entrei para o mundo do vinho”.

Aos 66 anos, Toninho não deseja ficar só com gastronomia, música, carpintaria e vinho.  E lá vai ele realizar mais um sonho. “Agora pretendo fazer um curso de ourives”.

@bramasolevinhodeboutique