Após ler “O Parque dos Dinossauros”, de Michael Crichton, que na introdução de cada capítulo faz referência à Teoria do Caos, Rubens Augustus da Costa e Castro decidiu, aos 47 anos, iniciar o trabalho combinado ao hobby na produção de Arte Digital.
“Fui pesquisar sobre o assunto e descobri os fractais e os programas que geram imagens baseadas em fórmulas matemáticas”.
Para ele, a arte é uma forma de expressão, de criatividade, de comunicação e de cultura que pode ser praticada por pessoas de qualquer idade, em diferentes contextos e linguagens.
“Trabalhar com arte ou iniciar qualquer atividade depende mais do interesse, da motivação e da oportunidade de cada um do que idade. A arte é uma forma de se conhecer melhor, de se relacionar com o mundo e de transformar a realidade”.
E vai mais além, ao expor sua opinião. Segundo explica, embora seja raro encontrar um artista que afirme explicitamente que cria somente para sua própria contemplação, é inegável que o processo inicial é, frequentemente, uma jornada pessoal.
“No meu caso, se uma obra não me agrada, eu simplesmente a modifico ou a deleto”.
Para ele, quando se trata de Arte Digital Fractal, a experiência é quase viciante. (Essa forma de arte algorítmica consiste em produzir a partir de objetos fracturados).
“A rapidez com que se pode criar, transformar e inovar supera em muito qualquer outra técnica. É um vício que te prende e te impede de parar. Poderia ser comparado a uma viagem alucinógena – embora eu nunca tenha tido esse tipo de experiência. Há momentos em que você acorda no dia seguinte, na semana seguinte, ou até mesmo anos depois, e se pergunta como ou porque criou aquela obra. Mas a sensação é incrivelmente gratificante. A arte digital é uma verdadeira viagem além do tangível. No entanto, de vez em quando, o artista decide materializar sua visão: imprime e expõe uma fração do seu universo criativo”.
Coleções e exposições
Há várias coleções de imagens criadas por ele e que foram nomeadas conforme o momento. Quantas? “Não saberia dizer, mas com certeza deletei tantas ou mais do que as que tenho salvas”.
Cubos foi a primeira, com um cubo centralizado sempre na posição isomérica e variações das imagens abstratas fundidas com a principal. A segunda se chamou Eco-Lógicas e, segundo o artista, é um trocadilho. “Pareciam imagens de fauna e me lembravam as paisagens da cidade onde fui criado, (Piedade, interior paulista), no meio da Mata Atlântica. Mas criadas usando fórmulas matemáticas, a Lógica”. As primeiras imagens dessa coleção foram impressas em aço inox com polimento espelhado (semelhante ao usado em bandejas) e apresentadas em uma exposição individual, em 2005, na sede do Banco Central do Brasil, em São Paulo.
Também expôs seu trabalho, em 2013, no 1º Salão de Outono da América Latina; e nas 3ª e 5ª edições do mesmo evento, em 2015 e 2017, respectivamente, todos na capital paulista.
A mãe das artes
Rubens Castro está com 67 anos e, atualmente, diz se realizar criando painéis digitais de 16×9 metros, que divide em até 81 imagens em alta resolução (SUHV) e que também podem ser impressas em qualquer tipo de mídia, normalmente papel.
Tecnólogo em Computação pelo ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o artista é também graduado em Administração pela Universidade Mackenzie, e pós graduado em Administração de Empresas, com ênfase em Marketing, pela Faap – Faculdade Armando Álvares Penteado. Embora nenhum de seus cursos seja de Arte, ele ressalta a importância de ter uma formação sólida em Matemática, segundo ele, “a mãe de todas as Artes”.
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