“Música pra mim é vida, é emoção, é expressão, é terapia”
Cantar. O verbo mais utilizado por Vera Lúcia de Oliveira Menezes que, há mais de 50 anos, canta, mesmo sem ter feito curso na área. “O que sei aprendi na prática do cantar e, desde menina, já me apresentava em programas infanto-juvenis na TV”, explica a conhecida e respeitada cantora profissional Vera Lúcia, hoje com 68 anos. Ela assume que não tem outro dom artístico, mas gostaria muito de saber desenhar.
Paulistana de nascimento, reconhece que a grande inspiração para sua carreira certamente foi seu pai, Remo Menezes, que também cantava e trabalhava em rádio e TV, na época em que ela era criança.
E foi ainda na infância, quando assistia os programas e festivais que o gosto pela Música Popular Brasileira se acentuou. Mas ao se tornar cantora de bandas e orquestras de bailes, diversificou sua preferência e aprendeu todos os ritmos e tipos de música. “Isso me ajudou muito no começo do trabalho na noite musical de São Paulo.” E nessa vida noturna, subiu muitas vezes ao palco de casas famosas como Gallery, Scandall, Baretto, Passatempo (só nesta, por 22 anos) entre outras, e sempre conquistando troféus de Melhor Cantora da Noite. “Música pra mim é vida, é emoção, é expressão, é terapia”
De caloura aos palcos
Em 1972, Vera Lúcia decide participar do ‘Programa de Calouros’ do Sílvio Santos, na TV Globo e conquista o 1° lugar, um prêmio em dinheiro e a gravação de um compacto simples na RCA Victor. E no ‘Qual é a Música’, outro programa do mesmo apresentador, que ia ao ar todos os domingos, atuou durante 10 anos. Fez, ainda, participações especiais em LPs com vários artistas, gravou algumas músicas da trilha sonora da novela ‘Cinderela 77’, da TV Tupi, mas nunca teve oportunidade de gravar um CD.
Para iniciantes, Vera Lúcia indica: dedicação, conhecimento, autovalorização, respeito e humildade. “São fatores importantes para uma boa carreira. Os desafios são imensos, mas a persistência deve sempre ser maior.”
Segundo ela, é possível viver de música no Brasil, “pois sou exemplo disso”, mas ressalta: “é preciso ter bons contatos, bons relacionamentos e uma correta administração da carreira.”
Segundo ela, é possível viver de música no Brasil, “pois sou exemplo disso”, mas ressalta: “é preciso ter bons contatos, bons relacionamentos e uma correta administração da carreira.”
Atualmente faz trabalhos como freelancer, pois, conforme explica, não há – como antigamente – casas noturnas que deem espaço para o que ela gosta de cantar. “Sou muito eclética no tocante à preferência musical porque adoro profissionais que cantam de verdade, mas não posso deixar de citar alguns Barbra Streisand, Tony Bennett, Cauby Peixoto, Emílio Santiago, Leny Andrade, Elis Regina e o meu rei Roberto Carlos”.
Herança musical
A artista também contribui com a carreira da filha Anna Luiza, substituindo-a no bar do Hotel Fasano, o Baretto, na capital paulista, lugar em que ela se apresentou por muitos anos, na década de 1990. E ainda com mais orgulho, Vera Lúcia afirma: “minha filha herdou o mesmo dom do avô e da mãe e, há mais de 20 anos, trabalha apenas com a música.”
Fotos: acervo pessoal
Vera Lúcia @veralucia_cantora
Anna Luíza @annalureal