Trabalho e Carreira

Contratação de pessoas maduras: por onde começar?

Por: Fran Winandy*

Somos mais de 50 milhões de pessoas com mais de 50 anos no Brasil. Este é
um número incrivelmente alto, que nos traz reflexões sobre a pobre absorção
desta faixa etária por nossas organizações: como é possível que as empresas
ainda tenham dúvidas da força do tsunami prateado que vem por aí?
Sim, o preconceito ainda é latente às portas de nossas organizações! Como
isto se explica? A distância da faixa etária de quem recruta? A ignorância do
que se passa com nossa pirâmide etária? Velhos paradigmas que associam a
idade à estereótipos negativos? A crença de que o peso da remuneração
suplanta os benefícios de um mix geracional dentro das empresas? A falta de
planejamento estratégico?
O fato é que a mudança que vemos é lenta como uma dança de elefantes: uma
ou poucas vagas, operacionais, de pessoas com mais de 50 anos como “
piloto”. Se der certo, muito bem, excelente marketing para a empresa; se não
der, paciência, foi feita a tentativa. Tentativa, diga-se de passagem, sem
maiores esforços para que o sucesso ocorra. Isso quando a empresa não faz o
marketing antes e percebe que não vai dar conta de cumprir o que divulgou.
Quando uma empresa se propõe a fazer um programa de trainees, ela
estrutura um projeto: por que não pode fazer algo semelhante ao contratar
pessoas maduras? A construção de uma nova cultura não se faz de uma hora
para outra. Se a empresa não tem a diversidade em seu DNA, ela não vai se
instalar porque alguém acha isso bonito ou importante. Existem especialistas
no assunto que podem apoiar, realizar sensibilizações e ajudar a fazer com que
a mudança aconteça aos poucos, sem traumas.
A contratação de pessoas maduras nas organizações tenderia a ser uma
prática comum, afinal, a idade não deveria ser um requisito considerado dentro
de um perfil profissional. Porém, empresas que não têm essa prática, deveriammontar um plano de ação para que a iniciativa se torne praxe no futuro e para que uma contratação mal sucedida não coloque o programa em risco.
Contratar é importante, mas não basta.

* Fran Winandy é psicóloga com MBA em RH, mestrado em Administração de Empresas e certificação em Conselheiro Social (ESG); sócia da Acalântis Services; consultora na área de Diversidade Etária e RH; pesquisadora na área de Etarismo, Diversidade Etária e Integração Geracional; responsável pelo Blog Etarismo; palestrante e professora de Programas de Educação Executiva; Pós e Conselhos nas áreas de Etarismo, Diversidade Etária e Integração Geracional; autora do livro “Etarismo, um novo nome para um velho preconceito”, coautora de “Vamos Falar de Etarismo”, “Diversidade, Inclusão e suas Dimensões” (Vol. II) e Governança Social na Prática”.

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@fran_winandy

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