Saúde, Bem-Estar e Alimentação

Fisioterapia pélvica, sem tabus e sem medo

Questão de saúde e bem-estar, a conduta e os cuidados devem ser fruto de consenso entre paciente e profissional. A fisioterapeuta Tânia Fazzini Scheuer, nesta entrevista, esclarece dúvidas e aconselha.

A fisioterapia pélvica enfrenta obstáculos, por conta de fatores como timidez, preconceito e outros? Como contorna e motiva o paciente a aderir esse tipo de exercício?

Sim. Como são tratamentos na região íntima, reações como estas ocorrem com muita frequência. Desde criança, somos ensinados que: “a parte íntima do corpo humano é suja”. Num primeiro momento, é preciso explicar ao paciente o funcionamento, estrutura, anatomia e importância para, então, iniciar a intervenção preventiva. Desmistificar algumas ideias e esclarecer as possíveis dúvidas sobre o procedimento. É preciso ter o olhar como para qualquer outra parte do corpo e explicar ao paciente os benefícios, que refletem na melhor qualidade de vida.  
Os exercícios são indicados tanto para mulheres, quanto para homens? Quem mais busca esse procedimento?

Homens, mulheres e até crianças têm indicações diversas. Em crianças, se aplica em casos de alterações como hiperatividade dos músculos do assoalho pélvico (MAP’s), disfunção do trato urinário inferior, alterações miccionais e constipação. Já em homens, a série de exercícios visa manter a funcionalidade dos MAP’s, prevenindo incontinência urinária/fecal, hiper/hipoatividade vesical ou disfunções sexuais, além de pré/pós-operatório de cirurgias prostáticas. Em mulheres, a abordagem é um pouco mais ampla. Acompanhamos gestantes desde o início, com movimentos adequados em cada fase; dor pélvica; dor na relação; vaginismo; incontinência fecal/urinária; pós-operatório de cirurgias abdominais; prolapsos – que pode ser de útero, intestino ou bexiga (exemplo da popularmente chamada ‘bexiga caída’) e disfunções colorretais. Sem dúvida, no conjunto de pacientes, as mulheres são em maior número.
Do ponto-de-vista da saúde e bem-estar, quais os principais benefícios que esse tipo de fisioterapia traz? 

Ao mantermos contato com nosso “EU”, entendemos todas as funções e o quanto podemos melhorar nossa segurança, com relação ao nosso corpo. O/a paciente fica mais feliz e passa a ter maior controle sobre as funções, entender eventuais limites e a cuidar com mais carinho da sua saúde. Melhora a qualidade de vida e gera bem-estar.
Em geral, a demanda maior se concentra em qual faixa etária? Há alguma recomendação quanto ao número mais indicado de sessões?

Estudos científicos comprovam que mais de 30% das mulheres, entre 50 e 59 anos, apresentam disfunções – ou atenção especial – do assoalho pélvico. Não há um número exato de sessões recomendado. A evolução e melhora efetiva, em cada quadro, é individual. Depende, inclusive, da dedicação do paciente quanto às orientações quando no domicílio e da continuidade dos exercícios. 
Que conselho daria sobre o procedimento fisioterápico dessa natureza?

A fisioterapia pélvica é um procedimento seguro e pode trazer diversos benefícios para a saúde, independente da idade. Quando identificar alterações no corpo, procure um profissional de confiança e sinta tranquilidade para esclarecer quaisquer dúvidas. Questione sobre condutas, tempo, tratamentos e suas possibilidades. E só realize quando estiver seguro da decisão. Importante: tudo o que for conversado durante o atendimento é absoluto sigilo entre terapeuta-paciente. 

A fisioterapeuta Tânia Fazzini Scheuer tem especialidade em disfunções urinárias, coloproctológicas e sexualidade. Além da formação em Osteopatia, Terapia Neurofascial pela ABFASCIAS e pilates.

@fazziniescheuer.fisioepilates

@dra.taniascheuer

Crédito: Acervo pessoal

4 comentários

  1. Edna Maria Videira diz:

    Tania nos concedeu uma entrevista esclarecedora, cuidar da própria saúde é possível!! Obrigada!!

    1. Grata pela sua manifestação, Edna. Realmente, cuidar da própria saúde é possível e fundamental.

  2. Maria Cristina Ortiz diz:

    Muito interessante esse assunto sobre a região pélvica.

    1. Oi Cris, bom ver você por aqui. Grata pelo seu comentário e pode sugerir temas, ok?

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