Dados e Estatísticas

Invisibilidade do consumidor longevo norteia pesquisas e o olhar das corporações

55% dos brasileiros, acima de 50 anos, revelam a percepção de que as marcas não se relacionam com eles

Se a propaganda é, durante várias décadas, reconhecidamente a alma do negócio, os fabricantes de artigos diversos pecam por não manterem estratégia de divulgação de seus produtos e marcas, voltada para o consumidor maduro. Há 6 anos, a Pipe Social e a Hype60+ haviam realizado uma pesquisa, batizada de “Tsunami Prateado”. O levantamento, no qual foram ouvidas 2.242 pessoas idosas, demonstrou um quadro surpreendente em relação a hábitos e costumes desses compradores: 55% dos entrevistados responderam que não são fiéis à nenhuma loja ou marca.

Camilla Alves

Essa amostragem abriu espaço para a oportunidade de buscar meios para fidelizar a clientela em questão. Camilla Alves, uma das fundadoras da MV Marketing, primeira agência digital especializada no público 50+, considera que o cenário apontado na pesquisa acusa falha na comunicação com esse nicho de consumidor. Para ela, o tema é preocupante e antigo, a ponto de remeter para a relevância do conceito de “Miopia de Marketing”, introduzido por Theodore Levitt, já em 1960.

Este dado alarmante destaca, no entender dela, para uma urgente revisão nas estratégias de marketing que resulte em maior empatia, aproximação que leve ao conhecimento das reais necessidades e desejos dos longevos. A executiva atenta, ainda, para a importância de se identificar onde esses consumidores se encontram e como desejam interagir. “Passos fundamentais para marcas que querem alcançar sucesso comercial e construir relacionamentos duradouros com um dos segmentos mais influentes da economia”.

Sensibilidade feminina na gestão

Mas, e do outro lado do ‘balcão’, quem está mais atento ao tema? Um estudo conduzido pela MV Marketing sinaliza que 25% dos profissionais que acessam os conteúdos de Letramento em Longevidade são CEOs, presidentes e fundadores; 12% são diretores e 11% são gerentes, sendo a maioria composta por mulheres (66%). “O interesse da alta liderança feminina no tema é sinal de que as empresas estão começando a reagir e entender a relevância desse público, que, no Brasil, já representa 25% da população. Esperamos que, em breve, os times de marketing descubram o potencial do consumidor maduro e o incluam em suas estratégias”, recomenda Camilla Alves.

Na observação da especialista, o engajamento desse profissional, inclusive, pode gerar uma onda de disseminação de informações e dados qualificados sobre a ‘Economia Prateada’. Esse tipo de conhecimento tem impacto direto na visão de futuro dos negócios. Para tornar mais palpável, ela cita os cinco setores com maior incidência de interesse na temática: saúde e bem-estar; consultoria; comunicação e marketing; financeiro e educação.

“A inclusão etária é um imperativo para as empresas diante do cenário demográfico que se apresenta no Brasil. A análise mostra, também, que a cúpula das empresas, com predominância feminina, está mais sensível não apenas por integrar faixa etária próxima dos 50+ e, também, por compreender que falar corretamente com esse consumidor maduro é estratégico para os negócios”, considera a executiva. E essa visão não se restringe, no entender dela, somente a produtos alinhados diretamente com esse cliente, uma vez que vislumbra, no presente e em breve, que todos os executivos deverão ser letrados em longevidade.

https://mvmarketing.com.br/

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