Comportamento

No 8 de março, a mulher em dia com o seu dia

Reflexões, mudanças à galope na sociedade atual e aí está mais um 8 de março, Dia Internacional da Mulher. O mundo se desdobra em discussões sobre o papel, o legado histórico da data, direitos e garantias que são conquistados, pouco a pouco, pelo universo feminino. O Afinaidade ouviu mulheres de três gerações diferentes, para saber mais sobre o horizonte que vislumbram e de que forma podem contribuir para um mundo melhor, mais inclusivo e justo. Nos depoimentos fica claro que elas podem e se determinam a ser protagonistas e seguir princípios como ensinou Mahatma Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

Jane Elizabeth Sendra, 75 anos, professora de História aposentada

“Dia Internacional da Mulher é um aviso de que falta um longo caminho ainda a ser percorrido, para que a mulher conquiste o que é seu espaço.

Sobre o papel da mulher no mundo, acredito que uma grande contribuição a ser dada é através da educação e formal e informal.

Revendo nossos próprios preconceitos podemos influenciar para ‘plantar’ lucidez nas próximas gerações. Nossas atitudes mostram o que somos àqueles que se encontram em formação física e mental. No Budismo, esse princípio é denominado ‘ensinar pelas costas’.

Na prática, se pode desenvolver projetos voltados às crianças e aos jovens por meio da propaganda televisiva, desenhos, games e filmes com efeitos subliminares de amor próprio, respeito e solidariedade. Boa teoria para fundamentar atitudes claras de consciência de si e dos outros”.

Camilla Fazzini de Lima, 28 anos, advogada

O Dia Internacional da Mulher representa a força e a união de mulheres que, no passado, lutaram, foram expostas e se manifestaram pelo acesso a direitos básicos – iguais aos dos homens –  como o trabalho e o voto. Essa união, que se organizou a partir de movimentos político-sociais e gerou tantas mudanças significativas, só vem prosperando. É notória a participação feminina em posições relevantes e estratégicas, mesmo que isso não aconteça no ritmo e proporção esperados. Existir como mulher é, por si só, um ato político de luta por espaço, lugar de fala, respeito, vinculado à oportunidade e segurança (ou à falta delas), entre tantas outras questões. É muito bonito constatar empatia e acolhimento entre mulheres, conhecido como “sororidade”, o que motiva esse universo feminino e, inclusive, os homens, que vêm buscando a desconstrução de valores e preceitos ainda enraizados em sua criação.

Que a mulher tem capacidade para executar múltiplas tarefas não é novidade, seja ao cuidar dos filhos, dos pais, da casa, dos amigos ou pelo desempenho no trabalho, nos estudos, sem esquecer do valioso autocuidado. No entanto, não é demais dizer que a atribuição de tantas funções e o exercício delas com determinação, mediação, resiliência e sensibilidade é, de fato, inspirador. Ainda que seja preciso estar alerta para não “romantizar” o acúmulo de funções e a forma como isso se dá, acredito ser algo positivo para, efetivamente, melhorar o mundo.

Giovanna Nery, 19 anos, estudante universitária do curso de Enfermagem

“Vejo o Dia Internacional da Mulher como lembrete da luta feminina pela equidade, apesar de que valorização da mulher deveria ser relembrada diariamente. Ter um dia dedicado à ela destaca o principal motivador: os direitos femininos, não reconhecidos com igualdade, nem mesmo perante a lei na elaboração da última Constituição.

Apesar de atualmente ter sido transformado em mais uma data comercial, ofuscando a real origem dessa data, é importante sempre lutarmos para que a história nunca se apague.

A importância das mulheres na melhora do mundo vai além da individualidade do gênero, uma vez que contribui para o coletivo.

No passado, quando ainda começavam a lutar por seus direitos igualitários, as mulheres foram responsáveis por grandes invenções como o Código de Programação Computacional, wi-fi etc.

As mulheres conseguem contribuir para diversas funções, desde as mais históricas, como modelo para estruturação familiar, até as invenções mais tecnológicas. Isso porque possuem o direito de pertencer à sociedade, não apenas como responsáveis do lar, mas desempenhando outras funções”.

10 comentários

  1. A mulher sempre foi e será discriminada na sociedade, não que eu ache isso certo muito pelo contrário tanto assim que a taxa de natalidade está diminuindo para que elas possam se destacar no trabalho, política e na sociedade em geral.
    No último recenseamento vimos que a curva demográfica do Brasil está mudando mostrando que cada vez mais temos mulheres competindo com os homens na mesma função que pra minha alegria é muito saudável.

  2. Fernando M. Golia diz:

    Adorei

    1. Agradecemos seu comentário, Fernando. Sua opinião e participação são muito importantes!

  3. Cecília Fazzini diz:

    Denise. Seu comentário é pertinente. As conquistas ainda são trabalho de muitas e determinadas ‘formiguinhas’. Com sabedoria e lucidez as mulheres, pra além das estatísticas, alcançam o protagonismo e marcam presença na história. Obrigada pelo comentário.

  4. Lyege diz:

    Muito bom, adorei! Feliz dia para todas nós!

    1. Cecília Fazzini diz:

      Lyege, que bom que gostou. Somos atores e ao mesmo tempo plateia, desse grande e desafiador espetáculo que é ser mulher na sociedade atual. Obrigada pelo comentário.

  5. Amanda Miranda Soares diz:

    Excelente matéria. Parabéns para todas as envolvidas!

    1. Cecília Fazzini diz:

      Super grata pelo comentário Amanda. Continue acessando as reportagens do Afinaidade.

  6. Thiago Rodrigues diz:

    Excelentes depoimentos! Espero que a busca pela possibilidade de igualdade seja cada dia mais compreendida e acolhida.

    1. Cecília Fazzini diz:

      Obrigada Thiago. É mesmo muito importante o seu desejo de que a igualdade seja compreendida e acolhida.

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