Foi-se o tempo em que naturalmente, no meio familiar, quem estivesse disponível dava suporte àquela pessoa necessitada, em razão de saúde vulnerável ou pela dependência de cuidados de um adulto.
Cuidar, proteger, auxiliar são inerentes ao ser vivo, mas quando se trata do “animal humano” sentimentos adversos atravessam o caminho da naturalidade. O cuidado com amor e por amor, passa a ser uma questão de disputa, de intolerância, de rivalidade e de conflitos desgastantes entre membros de uma família. Sem contar que, individualmente, também podemos observar emoções ambivalentes como a sensação de dívida, de culpa e de querer cuidar de alguém por quem foi cuidado.
As demandas rotineiras, cada vez maiores mesmo para as crianças, mudaram a configuração da relação de cuidado nos dias de hoje. Passaram a ser terceirizadas, quando possível, para que as pessoas possam continuar com seus ofícios maternos/paternos, profissionais e sociais, o que não retira o sentimento de estar em falta com pais idosos, filhos, netos, cônjuges.
Por outro lado, o convite à vida saudável, à busca do bem-estar tem proporcionado aos que, não muito longe deste nosso tempo, eram considerados “velhos” após os 60, a experiência de cuidar de si e de se dedicar ao cuidado alheio. Sem peso, sem cobrança, colocando-se à disposição de servir e de apoiar respeitando seus limites, pois há quem abuse de quem só sabe dizer “sim”.
O compromisso de cuidar torna-se mais leve quando o fazemos porque queremos, podemos e nos enriquecemos com a experiência, especialmente quando estamos atentos ao nosso próprio cuidado.
*Maria Estela Escanhoela Amaral Santos é psicóloga e escritora. Doutora (PUC-SP) e Mestre (USP) em Psicologia Clínica. Psicanalista filiada ao IBPW (Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana) e IWA (International Winnicott Association). Atendimento clínico a adolescentes, adultos e casais que residem no Brasil e no Exterior.
Sábia reflexão ao se tratar de cuidar de si e do outro neste tempo atual. Amei Maria Estela!
Grata pela mensagem, Marta. Sua opinião e sugestões serão sempre muito bem-vindas!
Muito obrigada, Marta. Grande abraço.
Quanta sensibilidade e nitidez para o atual cenário das vinculações. Brilhante!
Querida Estela , muito apropriado esse olhar para o momento em que vivemos mais e o cuidar , cuidar-se nos desafia. Obrigada por tua disponibilidade! Grande beijo. Vera M. Sacon
Grata por sua mensagem. E pode enviar sugestões também.
Vera querida, muito obrigada! Você que está tão longe sabe bem a necessidade do cuidado e do cuidar-se. Que meu afetuoso abraço chegue aí, na China. Estela.
Querida prima, nós bem sabemos o quão importante o amor, o cuidado e o carinho deveria ser inerente a todos os seres humanos. É uma pena que poucos dispensam atençao a quem necessita e muitos só se dão conta de tal dedicação quando estão fragilizados e precisando de pelo menos um minuto de carinho. É a vida… Façamos nossa parte. Bjs.
Muito obrigada pela sua mensagem, Rosângela. Pode enviar sugestões de outros temas: serão bem-vindas!
Querida Dra Maria Estela Escanhoela Amaral Santos, cada vez mais vemos assistimos reportagens sobre cuidados para pessoas com mais de 60 anos, nosso caso. Nunca é tarde para começar e agir com zêlo e orientação. Ainda temos chance de alcançarmos um patamar de qualidade de vida superior ao que nossos pais tem ou tiveram. Infelizmente tenho percebido que a maioria das pessoas com mais de 60 mudaram para o nível “aposentado”, como se não tivessem ouvido e cantado Raul Seixas:
“Eu é que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar”.
Não vou citar nenhum estudo sobre as vantagens para o corpo e para o cérebro de caminhar ou fazer exercícios para a panturrilha mas, fica uma dica: Como Viver até os 100: Os Segredos das Zonas Azuis
Rubens, grata pela sua mensagem, cheia de verdades, infelizmente. Pode enviar sugestões de temas a serem abordados em artigos ou entrevistas. Serão muito bem-vindas. Quanto à série da Netflix “Como viver até os 100. Os Segredos das Zonas Azuis”, é muito interessante e também recomendo.
Sou testemunha da sua dedicação, da sua generosidade e da sua paciência no apoio e cuidados a pessoas não só queridas como também aquelas necessitadas da sua atenção. Continue fazendo a sua parte, prima querida e que possa sentir-se cuidada, cuidando-se. Beijão.
Querida e saudosa Dra Cecilia, sempre presente longe ou perto. Muito obrigada pelo sensível comentário. Que possamos nos reencontrar em algum ponto desse Planeta e trocarmos nosso caloroso abraço, além de “botar o papo em dia.” Beijos.