Veterana das viagens

Com 82 anos, ela se orgulha de ter conhecido 93 países

Só para os Estados Unidos, Olívia da Ressurreição foi 11 vezes e, para o Japão, duas, sendo uma para acompanhar seu time do coração. “Para viajar é preciso ter espírito de viageiro, não ter saudade do travesseiro, da cama, do arroz com feijão, não se preocupar com trajes, respeitar os amigos do grupo, os locais visitados e respectivas culturas.” – afirma, baseando-se em sua vasta experiência.

Olívia nasceu na capital paulista, na Rua Catumbi, bairro do Belém. Os pais, portugueses, vieram ao Brasil já casados. E foi deles que herdou o gosto porviajar.

“Meu pai era pastor de ovelhas e minha mãe dona de casa. Sempre respeitaram muito a nossa ancestralidade e, como todos os portugueses, gostavam de visitar aldeias, de preferência quando havia festas e feiras. No Brasil, mantiveram o hábito participando de eventos – principalmente os relacionados ao país de origem – em bairros da capital paulista. Aos 13 anos, eu já ia com eles para cidades dos circuitos das águas de São Paulo e Minas Gerais, do Litoral Paulista e outras da Região Sul”.

Olívia ainda era adolescente quando o pai quis levá-la para conhecer os avós, em Portugal, mas segundo ele, ficariam um ano por lá. E assim fizeram. Fecharam a casa e partiram.

“Foi um período muito bom. Além de conhecer destinos da terra de Camões, visitamos diversas localidades da Espanha, onde nos deliciávamos com os pães e o famoso chocolate”.

Após estudar em escola religiosa, Olivia frequentou o Colégio Dante Alighieri, se formou em Letras (inglês, português espanhol e italiano) pela PUC – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e deu aula de inglês e português durante 35 anos. Como sempre gostou de publicidade e teve grande admiração pelo trabalho de Washigton Olivetto e Nizan Guanaes, decidiu continuar os estudos e se formou pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo.

“Cheguei a fazer estágio em uma agência e participei da equipe de criação da propaganda dos cigarros Ella e Charm. Acabei optando pelo magistério e a publicidade ficou como uma paixão não vivida”.

O fascínio por viagem e futebol

Mas a paixão por viagens nunca deixou de existir. “Viajar é tudo de bom”. Após o falecimento do pai, a mãe passou a ser sua companhia. “Fomos a diversos países da América do Sul. Fiz questão de ir à Argentina, porque ela adorava Carlos Gardel. E quando faleceu, passei a viajar sozinha, no início, para a Europa”. Pelo domínio do inglês, escolheu ir aos Estados Unidos (Costa Leste, Costa Oeste e Sul), Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda e Austrália. Por outros motivos, principalmente conhecer e vivenciar a parte histórica, passou a viajar para diversos destinos, de todos os continentes. “Para a Austrália fiz questão de ir no Ano Novo, só para ter a sensação de estar à frente do tempo em relação ao resto do mundo”.

Olívia já tinha  ido ao Japão, mas não poderia perder a oportunidade da viagem “muito especial” para acompanhar seu time do coração. Corinthiana convicta, em 2013 integrou a delegação de 40 ônibus. “Invadimos Tóquio! E quando os japoneses me perguntaram se eu tinha ido do outro lado do mundo para ver futebol eu respondi: ver futebol, não. Vim pra ver o Corinthians jogar! E até tirei fotos com os jogadores Vampeta, Marcelinho Carioca e Netto”.

Do Ocidente ao Oriente, fez questão de conhecer todos os destinos que queria, mas afirma que não parou por aí. “Ainda viajo e vou continuar viajando. E quando digo que vou a algum país pouco divulgado, sempre me perguntam: o que tem lá pra você querer ir? E eu respondo: não sei, por isso vou lá ver”.

Países visitados por Olívia