Expressões sobre o mistério da fé e o convívio com as diferentes sabedorias povoam a trajetória humana. “Deus Existe?” é o título de uma exposição áudio-fotográfica, que busca desmistificar a fé alheia ao enaltecer a beleza da diversidade de denominações e saberes, para que todas as crenças, ou a ausência delas, sejam respeitadas e coexistam em harmonia.
A mostra – em cartaz na Biblioteca Mário de Andrade, na capital paulista, até o próximo dia 15 de maio – reúne 22 retratos produzidos por Chico Max, diretor de arte, fotógrafo e psicólogo pós-graduado em neurociência, que atualmente trabalha na construção de cultura organizacional, facilitação de grupos e psicoterapia.
Sentimento poderoso
“Escolhi o tema Fé, não Deus. A fé é um sentimento, uma capacidade humana, portanto, universal. A fé é condicionada ao mistério, já que, se houvesse certeza e concretude, seria um dado empírico, físico e passível de controle humano” – explica o autor da mostra. E declara sempre ter ficado incomodado “com a tentativa de monopólio do mistério e com os casos de violência que acompanham o assunto. É algo como: o mistério em que acredito é mais ´verdadeiro´ do que o que você acredita, portanto você deve ser eliminado. Além disso, o tema traz um grande potencial estético, que é indispensável para a fotografia”.
Ainda segundo Chico Max, a fé é um sentimento poderoso, que traz benefícios como a diminuição de cortisol (principal hormônio do estresse), ampara a angústia existencial, motiva e dá sentido à vida. “Por outro lado, a fé cega pode diminuir radicalmente as possibilidades de ser de um indivíduo, apequenando e o tornando vulnerável e passível de ser explorado por mercadores da fé”, salienta.
Uma curiosidade sobre o autor da exposição: ele próprio se confessa agnóstico. “Não tenho a menor noção se Deus existe ou não! Para mim isso não importa, pois, se existe, o mundo é como é, se não existe, o mundo continua sendo como é. Ao mesmo tempo, admite que a ideia de Deus é bem real! “E, como ideia, ele habita dentro das pessoas. No momento oportuno, todos saberemos!”, profetiza.
Personagens conectados com o divino
Foram fotografados – nos ambientes de cada um, no instante da conexão com o divino, o transcendente, que expressa o genuíno sentimento de fé – Ácarya Jinanananda Avadhuta (Tantrayoga), Afonso Moreira Jr (Espiritismo), Akoda Akinyàlé Ifágbèmí (Cultura Culto Orunmila Ifá), Apóstolo Rodrigo (Evangélico), Claudhia Issa (Wicca), Cônego José Bizon (Catolicismo), Iyalorisa Carmen de Oxum (Candomblé ilê olá omi Ase Opo Araka), Leonel Maia ( Mórmon), Luiz de Paula (Santo Daime), Monja Coen (Budismo), Nimbopyrua (Indígena Tupi Guarani), Pai Denisson D’Angiles (Umbanda), Pastor Eliel Batista (Pentecostal), Prof. Mahesh, (Hare Khrisna), Rabino Uri Lam (Judaísmo), Regina Gushiken (Fé Bahá’í e Paz), Reverendo Arthur Cavalcante (Igreja Anglicana), Reverendo Jair Alves, Metodista; Rodrigo do Lúcifer e Sergio do João Caveira (Quimbanda), Sheikh Mohamad Al Bukai (Islã), Wellington Zangari (Ateu) e Xamã Emerson Pantaleo (Xamanismo).
Todos responderam quatro questões: Deus existe? Como é a sua fé? De que modo a vive? Como vê a fé dos outros?
As respostas em áudio estão disponíveis nas plataformas Spotify e Deezer e podem ser acessadas, por meio de um QR Code, exibido abaixo de cada retrato.
Quando e onde
Biblioteca Mário de Andrade: Rua da Consolação, 94, São Paulo, Capital
De segunda a sexta, das 9 às 21 horas
Finais de semana e feriados, das 9 às 18 horas
Até 15 de maio de 2024