Comportamento

De cabelos prateados, músico brilha nos palcos livre do choque de gerações

Da espontânea convivência com colegas de profissão, alguns muito jovens, o instrumentista Ney Marques, de 64 anos – que se auto classifica como terceira geração da arte à qual dedicou sua vida até aqui – diz circular no universo musical sem desafinar.

Ele relata o clima de cordialidade, harmonia e respeito mútuo que cerca suas turnês. Antes, durante e após os shows, espetáculos em sua maioria voltados a um público majoritariamente juvenil, afirma ter um relacionamento tranquilo e, ao mesmo tempo, rico nas trocas de experiência e competência. Tudo, segundo ele, sem qualquer tipo de ruído na comunicação que mantém com os outros integrantes de sua equipe de trabalho, muitos deles há menos tempo nessa ‘estrada’.

Ney Marques ganhou vários prêmios nacionais e internacionais
Ney Marques coleciona experiência e prêmios

“O repertório musical dos jovens nos aproxima e me ajuda a entender o que eles buscam e o sentimento que a música inspira neles. Então, não há qualquer hipótese de distanciamento”, simplifica Ney.

Bandolinista, violonista, guitarrista, compositor, arranjador e produtor musical, Ney iniciou a carreira em 1980. O veterano dos palcos minimiza a atual discussão sobre etarismo ou ageísmo, nomenclaturas que identificam preconceito e discriminação que, vez ou outra, recai sobre aqueles que já passaram dos 60. Aliás, inclusão faz parte da partitura pessoal do músico.
Familiarizado com o tema, Ney empresta seu talento e tempo para o voluntariado, responsável que se tornou pelos arranjos e acordes do coral “Somos Iguais”. Uma causa humanitária que agrega, desde 2015, grupo de refugiados, de origens diversas. O coral já conquistou o reconhecimento oficial do Alto Comissariado das Nações Unidas Para Refugiados (ACNUR).
Sem barreiras – E o resultado desse convívio é sempre positivo, segundo observa o músico que garante aprender muito com essa turma que ainda está iniciando na carreira.

Ney assegura que a diferença de geração não chega a causar qualquer tipo de isolamento ou constrangimento. Ele cita um exemplo clássico: a facilidade com que lidam com a tecnologia.

Ney Marques e o projeto com refugiados
Trabalho com refugiados, a inclusão presente na partitura, ao lado do maestro João Carlos Martins

Regido pela diversidade musical – Ney vai de A a Z. Já subiu ao palco com nomes como Ney Matogrosso, Francis Hime, Diana Pequeno, Beto Mi, Leandro e Leonardo, Chitãozinho e Xororó e Orquestra Filarmônica Bachiana SESI SP, sob a regência do Maestro João Carlos Martins. Atualmente participa da turnê brasileira do RapPer Hungria Hip Hop. Em 2020, fundou a gravadora Simple LoFi, selo especializado em músicas LoFi HipHop.

Como produtor musical conquistou 2 Grammy’s Latinos, 2 Prêmios da Música brasileira, prêmio Sharp de Música e foi o vencedor do Prêmio de Melhor Trilha Sonora no festival de Los Angeles de Cinema.

@_neymarques

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