Da espontânea convivência com colegas de profissão, alguns muito jovens, o instrumentista Ney Marques, de 64 anos – que se auto classifica como terceira geração da arte à qual dedicou sua vida até aqui – diz circular no universo musical sem desafinar.
Ele relata o clima de cordialidade, harmonia e respeito mútuo que cerca suas turnês. Antes, durante e após os shows, espetáculos em sua maioria voltados a um público majoritariamente juvenil, afirma ter um relacionamento tranquilo e, ao mesmo tempo, rico nas trocas de experiência e competência. Tudo, segundo ele, sem qualquer tipo de ruído na comunicação que mantém com os outros integrantes de sua equipe de trabalho, muitos deles há menos tempo nessa ‘estrada’.
![Ney Marques ganhou vários prêmios nacionais e internacionais](https://afinaidade.com.br/wp-content/uploads/2023/08/neymarques3-afinaidade.jpg)
“O repertório musical dos jovens nos aproxima e me ajuda a entender o que eles buscam e o sentimento que a música inspira neles. Então, não há qualquer hipótese de distanciamento”, simplifica Ney.
Bandolinista, violonista, guitarrista, compositor, arranjador e produtor musical, Ney iniciou a carreira em 1980. O veterano dos palcos minimiza a atual discussão sobre etarismo ou ageísmo, nomenclaturas que identificam preconceito e discriminação que, vez ou outra, recai sobre aqueles que já passaram dos 60. Aliás, inclusão faz parte da partitura pessoal do músico.
Familiarizado com o tema, Ney empresta seu talento e tempo para o voluntariado, responsável que se tornou pelos arranjos e acordes do coral “Somos Iguais”. Uma causa humanitária que agrega, desde 2015, grupo de refugiados, de origens diversas. O coral já conquistou o reconhecimento oficial do Alto Comissariado das Nações Unidas Para Refugiados (ACNUR).
Sem barreiras – E o resultado desse convívio é sempre positivo, segundo observa o músico que garante aprender muito com essa turma que ainda está iniciando na carreira.
Ney assegura que a diferença de geração não chega a causar qualquer tipo de isolamento ou constrangimento. Ele cita um exemplo clássico: a facilidade com que lidam com a tecnologia.
![Ney Marques e o projeto com refugiados](https://afinaidade.com.br/wp-content/uploads/2023/08/neymarques2-afinaidade.jpg)
Regido pela diversidade musical – Ney vai de A a Z. Já subiu ao palco com nomes como Ney Matogrosso, Francis Hime, Diana Pequeno, Beto Mi, Leandro e Leonardo, Chitãozinho e Xororó e Orquestra Filarmônica Bachiana SESI SP, sob a regência do Maestro João Carlos Martins. Atualmente participa da turnê brasileira do RapPer Hungria Hip Hop. Em 2020, fundou a gravadora Simple LoFi, selo especializado em músicas LoFi HipHop.
Como produtor musical conquistou 2 Grammy’s Latinos, 2 Prêmios da Música brasileira, prêmio Sharp de Música e foi o vencedor do Prêmio de Melhor Trilha Sonora no festival de Los Angeles de Cinema.
@_neymarques