Celebrado em alguns países ocidentais, como no Brasil, o Dia da Mentira – ou “April Fools’ Day” (Dia dos Bobos de Abril), como é conhecido em nações de língua inglesa – a data tem diversas versões sobre sua origem, mas nenhuma oficial. A mais divulgada remete à França, no reinado de Carlos IX (1560-1574). Desde o início do século XVI, o ano novo era comemorado no dia 25 de março, com a chegada da primavera. As festividades, incluindo troca de presentes e danças animadas à noite, duravam uma semana, terminando no dia 1º de abril.
Em 1562, o Papa Gregório XIII (1502-1585) estabeleceu um novo calendário para todo o mundo cristão. E, nesse calendário gregoriano, o ano novo se iniciava em 1º de janeiro. O rei francês só acatou o decreto papal dois anos depois, em 1564, mas muitos franceses resistiram à mudança, a ignoraram e mantiveram a celebração na data anterior.
Os mais brincalhões passaram a ridicularizá-los, chamando-os de “Poisson d’Avril”, expressão em francês que significa “tolos de abril” e enviando-lhes presentes estranhos, além de convites para festas inexistentes. Com o tempo, a zombaria se estabeleceu em toda a França, 200 anos depois, se espalhou pela Inglaterra e, posteriormente, pelo mundo.
No Brasil, o primeiro registro da comemoração da data ocorreu em 1828, quando o jornal impresso mineiro “A Mentira” trouxe falsamente, em sua primeira edição, a morte de Dom Pedro I – em 1º de abril.
Diversos historiadores afirmam, no entanto, que brincadeiras semelhantes às realizadas no Dia da Mentira já existiam entre povos da Antiguidade. E outros defendem que há evidências mostrando menções à data na Idade Média.
Pesquisas comprovam
Segundo psicólogos e sociólogos, todo ser humano trapaceia, engana e mente.
Em 1997, o psicólogo Gerald Jellison, da Universidade do Sul da Califórnia (EUA), ouviu conversas diárias de 20 pessoas submetidas a um experimento e as analisou em busca de falsidades. Resultado: mesmo os participantes mais sinceros contavam uma mentira a cada oito minutos. Os maiores mentirosos revelados pela pesquisa são as pessoas com mais contatos sociais.
De acordo com estudo realizado por Robert Feldman, psicólogo da Universidade de Massachusetts (EUA), 60% das pessoas mentem em conversas do dia-a-dia e, muitas vezes, a mentira serve unicamente a finalidades pessoais.
Otto von Bismarck, estadista e diplomata alemão do século XIX afirma que nunca se mente tanto como antes de eleições, durante uma guerra ou depois de uma caçada.