Se alguém ainda duvida de que a maturidade também pode ser oportunidade para mudar o rumo da sua própria prosa, segue um relato bem ilustrativo. Depois de extensa jornada, percorrida da graduação em Engenharia de Produção à carreira bem-sucedida na área de finanças, Tânia Cristina Magro Fernandez mostra, aos 63 anos, que não há tempo e nem lugar definidos para alterar o curso nada previsível da vida.
Radical ou mais comedida, a alteração na rota profissional e pessoal depende da determinação. Essa paulista de Sertãozinho se especializou no segmento financeiro na FGV e Master Class in Controller, na Bélgica. Com tal competência, trabalhou em São Paulo por 8 anos na Sharp e 16 na Philips – dos quais 5 anos na matriz da empresa, na Holanda, no posto de Gerente Financeira. Em 2011, após se desligar dessa última corporação, retornou ao Interior de SP e atuou como consultora financeira. Sempre em atividade, Tânia apenas mantinha intervalos para se dedicar a uma de suas paixões: viajar, dentro do Brasil ou no exterior.
Mas foi a aposentadoria, que se seguiu ao período de imersão nos números, é que se transformou no divisor de águas para a, até então, executiva. “Cursei engenharia na Universidade Federal de São Carlos e depois trabalhei praticamente a vida toda no meio financeiro. Quando encerrei a carreira decidi me graduar em psicologia”, explica Tânia. E do novo ramo por ela escolhido veio a pós-graduação em psicanálise, habilitação que a levou a atuar numa clínica.
Para entender o comportamento humano
A inclinação para a psicanálise não surgiu de repente. Tânia considera que sempre teve grande interesse pelo tema do comportamento humano. “Faço análise como paciente há 25 anos, apenas interrompi a terapia enquanto morei na Holanda, dada a dificuldade de ser analisada no idioma local”, frisa.
Quando se mudou da capital paulista para Ribeirão Preto (SP), em 2011, o olhar para a psicologia se tornou ainda mais apurado. “Fui convidada a fazer parte de uma empresa de conciliação, passando a integrar a equipe, eu como representante da área financeira, mas na qual atuavam também profissionais do direito e da psicologia. Essa atividade me aproximou, ainda mais, daquela que seria a minha futura profissão”, contextualiza a atual psicanalista.
Viagem e poesia, casa de Neruda (Chile) e estátua de Drummond (Rio)
O social como vocação
Solteira e sem filhos, Tânia fez da causa comum sua família. Desde o período em que estava na Philips já se empenhava em projetos sociais, através da empresa. “Hoje destino parte do tempo e do conhecimento como psicóloga e especialista em teorias e práticas psicanalíticas com o mesmo objetivo”, revela a profissional. Ela, que se aprofundou no estudo da mente, alterna o atendimento na clínica entre paciente particular e aquele assistido sem custo em seu projeto social.
Na clínica, Tânia também presta orientação vocacional e suporte àqueles insatisfeitos ou inseguros com a carreira escolhida. Segundo ela, o público é formado por estudantes e profissionais que demandam orientação, seja para escolher a atividade à qual abraçar, especialização ou redirecionamento no trabalho. Atende em consulta, igualmente, candidatos à universidade que, à beira do exame vestibular, ainda se encontram indecisos ou sem segurança suficiente para ingressar na vida acadêmica e, consequentemente, na profissão.
Pessoa de primeira grandeza e amizade.
Ionas, de acordo, Tânia é uma fonte de inspiração!
Muito obrigada!!
Que história inspiradora. Mudar as rotas da vida sempre é uma possibilidade.
Verdade Júlio, sempre é tempo para mudar a rota da existência. A matéria busca mostrar exatamente isso.